Grande entrevista de Nuno Dias

Nuno Sérgio Santos Dias tem 35 anos e está há 11 anos no Instituto D. João V. Para a temporada 2008/2009, a palavra de ordem é “continuidade” e o principal trunfo apresentado pelo IDJV é o facto de manter quase a totalidade do plantel para a nova época.

Manter quase a totalidade do plantel é uma vantagem que não teve em épocas anteriores?

Estou no Instituto D. João V desde 1997, sendo esta a minha 3ª época como treinador, de facto, foi aquela em que menos se alterou a estrutura. Apenas contratámos um jogador (Leandro) e mantivemos a estrutura base. Os jogadores Nino, Castro, Ruizinho, Pascal e mais tarde Mourão, Batalha, Miguel, Roger e Valter são além de excelentes jogadores, acima de tudo, excelentes pessoas. Depois juntaram-se o Calixto, o Mica e o André Sousa. Os primeiros são dois miúdos da nossa zona, inteligentes, cheios de vontade de triunfar e que, pela qualidade que têm e com a idade que apresentam, vão certamente aparecer cada vez mais. O Andrézinho foi também um jovem com 20 anos que contratámos ao Banespa – Brasil, que como todos sabemos, necessitou de algum tempo de adaptação a outra realidade, outra forma de jogar, mas que com a ajuda de todos, foi subindo de rendimento ao longo da época.
O IDJV espera naturalmente marcar mais uma vez presença nos play-off. Acha que o clube poderá este ano ter condições para se reforçar para a segunda fase como fazem outras equipas do campeonato?

Sim, como tem sido hábito, o Instituto é um clássico do Futsal Português, que marcou presença em todos os Play-offs desde que este modelo foi implementado. Para este ano 2008-09 vamos novamente defender essa presença com todas as nossas forças e dedicação. O Instituto D. João V é um clube bastante sério, que honra todos os seus compromissos, e como tal não poderá entrar em loucuras financeiras. Não creio que o clube se reforce para a 2ª fase, até porque a nossa preocupação foi mesmo reforçarmo-nos para a 1ª fase, pois só com bons resultados nela, chegaremos ao Play-off.

O que lhe pediu a direcção para esta época, relativamente a objectivos?

A direcção, felizmente conhece perfeitamente a realidade da evolução que temos vivido na modalidade, e como tal, apenas exige respeito e orgulho na defesa da Instituição. Como todos sabem, a grande maioria dos jogadores que integram o clube são pessoas que se encontram de certo modo ligadas ao Instituto, e isso acresce-nos de responsabilidade no sentido de "vestirmos esta camisola" com uma dedicação ainda maior.
É claro que todos nós perseguimos metas e objectivos, e a passagem ao play-off é claramente a meta principal. Cada vez são mais as equipas profissionais, e as oportunidades para as 8 primeiras equipas são cada vez menos.

Concorda com o sistema play off – play out ?

Na minha opinião, este modelo promove mais jogos equilibrados, mais jogos de qualidade. Ficar em 3 ou 4º lugar não é a mesma coisa do que ficar em 6º ou 8º lugar. E em relação ao play-out, também não é a mesma coisa terminar com 20 pontos ou com 10 pontos, uma vez que nesta fase as equipas iniciam com metade dos pontos alcançados na fase regular...
Além de tudo isto que referi anteriormente, é também a única hipótese que clubes como o Instituto têm de sonhar com algo mais.

Num futuro próximo a aposta do IDJV pode passar por integrar ainda mais atletas ligados ao nosso concelho?

Nós estamos atentos a esses jovens, aliás, para esta época tivemos também a preocupação de recrutar dois jogadores da nossa zona ainda em idade de juniores. Penso que isso é apostar nos jovens e penso também que é público que outro jogador do Louriçal (Daniel-Pimpolho) foi convidado para esta época regressar ao IDJV. Existem alguns jogadores da zona do Louriçal que nós conhecemos e acompanhamos, no entanto, temos que ter também a inteligência de perceber que jogar na 1ª divisão não tem nada a ver com jogar nos escalões secundários e que ser o "melhor jogador da 3ª divisão" não implica ser bom na 1ª divisão. No entanto, não queria deixar de dizer que o Instituto é a equipa na 1ª divisão que mais jovens utiliza.

Filipe Ruivo (www.oeco.pt)